COE do Bradesco retoma negociações de minuta específica

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se
reuniu com o banco nesta segunda-feira (14), em encontro que marcou a retomada regular
das negociações a respeito da minuta específica dos trabalhadores com a
instituição. “A volta das conversas em nossa mesa direta é importante, era
nossa prioridade, pois desde o começo da pandemia, há mais de dois anos, nossa
preocupação tinha se voltado à manutenção da vida dos funcionários e clientes”,
afirmou a coordenadora da COE e secretária de Organização do Ramo Financeiro e
Política Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), Magaly Fagundes.

Na reunião, os membros da COE entregaram a minuta e definiram um calendário
para o debate de todos os itens da pauta. Também foram abordados vários temas
específicos, como teletrabalho, fechamento de agências, demissões, melhorias no
Saúde Bradesco, auxílio academia e financiamento de sistema de energia solar
para funcionários.

Teletrabalho

O Bradesco informou que, em maio, com o fim da emergência de
saúde pública por causa da pandemia do coronavírus, passou a seguir o aditivo
específico sobre o teletrabalho fechado com seus trabalhadores, o primeiro
assinado por um banco sobre o tema, em setembro 2020, e que, desde setembro de
2022, cumpre os termos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria
2022/2024. Assim, não há necessidade de renovação do acordo que venceu naquele
mês.

Para a definição de quem poderia entrar em trabalho remoto, a instituição disse
que considerou atividades que não impactariam o atendimento, e por esse motivo
a rede de agências não foi considerada elegível para a modalidade. Segundo o
banco, todos os funcionários de departamentos que atuam em teletrabalho três dias
por semana ou mais recebem a ajuda de custo, conforme determina a CCT. O número
de funcionários nesse regime, porém, ainda não foi informado.

A COE reiterou seu pedido de realizar uma apresentação com os dados de pesquisa
realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) sobre o tema, com recorte específico do Bradesco. A
proposta foi aceita e será realizada em data a ser agendada. Esse encontro
servirá como base para aperfeiçoamento dos termos do acordo sobre o assunto.

Agências e unidades de
negócio

O fechamento de diversas agências e demissões ocorridas
recentemente também tiveram destaque na reunião. A COE alertou que o quadro de
funcionários nas agências já é extremamente enxuto e que a política está comprometendo
o atendimento aos clientes, mas o banco argumentou que o fechamento dos postos
se deveu ao modelo digital e à sobreposição de agências, caso em que algumas
foram fechadas.

“Nossa maior preocupação é sempre com a manutenção do emprego, pois ainda que o
banco garanta que os funcionários de agências encerradas estão sendo
reaproveitados, vemos que muitas agências estão sendo transformadas em unidades
de negócios e logo em seguida, fechadas”, disse Magaly. “Na ponta desse
processo, o que temos é demissão. E isso não pode ser admitido! Precisamos de
um programa para requalificação e realocação desses funcionários, como forma de
garantia do seu emprego”, completou.

Os membros da COE solicitaram o estabelecimento de uma agenda para o debate das
questões relacionadas às unidades de negócios, quando a segurança de
trabalhadores e clientes será tratada em detalhes. Esse processo deverá ocorrer
antes das atividades da mesa bipartite entre o Comando Nacional dos Bancários e
a Federação Nacional dos Bancos, para tratar do tema em âmbito nacional, que
ocorrerá em 2023.

Plano de Saúde

No encontro também foi relatada a dificuldade no atendimento do
Saúde Bradesco. Os representantes dos funcionários pediram melhorias no
atendimento médico, de clínicas e hospitais credenciados, bem como do serviço
odontológico, em especial no interior dos estados, onde os problemas são
enfrentados com muita frequência.

Como os problemas ocorrem de diferentes maneiras, dependendo da localidade, as
federações farão o levantamento em cada região, um trabalho que já havia sido
iniciado em 2019, mas que foi interrompido pela pandemia. Na sequência, um
relatório será encaminhado ao banco, que terá 90 dias para apresentar solução.
Ao longo desses três meses, porém, qualquer necessidade de urgência, como a
falta de algum atendimento específico, poderá ser tratada pontualmente para sua
solução.

Outros pontos

A COE solicitou a concessão de auxílio academia a funcionários e
dependentes. Para os representantes dos funcionários, a demanda deve ser
entendida como investimento em saúde, considerando que a atividade bancária
está entre as mais estressantes do mercado de trabalho. “Esperamos que o banco
analise nossa reivindicação e que possamos avançar neste tema”, disse o
secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Lourival Rodrigues da Silva,
que também participou da reunião como representante da Federação dos Bancários
de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS).

O banco também apresentou resposta ao pedido de melhores condições de
financiamento a funcionários interessados na aquisição de equipamentos de
energia solar fotovoltaica: as taxas foram reduzidas a 1,73% de juros ao mês e
o prazo passou a até 60 meses para a quitação do empréstimo para esse fim. A
instituição também confirmou que as horas dos jogos da seleção brasileira na
Copa serão abonadas.

Na avaliação de Magaly, “o mais importante foi a retomada das negociações
regulares, garantindo que nossa minuta completa volte a ser debatida, mas
pontos específicos importantes também foram discutidos e terão andamento já na
próxima reunião, a ser agendada ainda este ano”.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Diana Ribeiro  Jornalista Responsável: Beatriz Albuquerque  • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer: Bruno Lombardi