Durante reunião realizada com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Itaú, o banco apresentou nesta terça-feira (20) as principais alterações feitas no programa de remuneração variável, o Gera, para 2023.
Para o representante do Nordeste na COE do Itaú, João Rufino, é necessário atenção neste processo de negociação.
“Sempre que há alguma questão que pode prejudicar os trabalhadores, o Itaú só apresenta ao movimento sindical nas vésperas do anúncio oficial. Precisamos estudar profundamente a questão para poder debater com propriedade com o banco”, comenta Rufino.
As mudanças acontecem no Gera semestral, voltado aos gerentes com carga horária de oito horas, e no Decola, programa de remuneração trimestral dos agentes de negócios com carga horária de seis horas. De acordo com o banco, o objetivo é a simplificação dos programas e a evolução em reconhecer de outras formas os trabalhadores.
No Gera semestral, as agências e carteiras com maiores performances no semestre terão sua remuneração semestral dobrada. Já no Decola, a mudança é na fórmula do cálculo. O banco vai substituir o “N”, conceito que o banco usava nas avaliações individuais de todos os funcionários, com variação de 1 a 5, pelo Índice de Complementar de Metas (ICM).
“O Itaú, como os demais bancos privados, sempre está buscando vantagens em cima do trabalhador, mesmo com os lucros altíssimos. O Gera quando foi criado na pandemia foi ‘vendido’ como uma melhoria, mas os bancários denunciam que só aumentou a pressão por metas. Não vamos permitir exploração da nossa categoria”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.
É bom ressaltar, também, que para alguns cargos dentro do próprio banco é necessário que o bancário realize o curso para CPA 10 (Certificação Profissional ANBIMA Série 10), uma exigência, não apenas do Itaú, mas também do Banco Central. “Precisamos nos informar, realizar essa formação e ficarmos atentos a tudo que vem acontecendo e que atinge diretamente nossa categoria”, conclui Rufino.