A indefinição sobre a nomeação do novo presidente para Banco do Nordeste, com o impasse jurídico sobre a indicação do ex-governador Paulo Câmara para assumir o cargo, tem comprometido o clima organizacional e estagnou a mesa de negociação específica entre os representantes dos funcionários e a direção do banco. Em meio à crítica situação, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco busca articulações, por meio da Fetrafi-NE, com parlamentares do campo progressista, que garantam o fortalecimento do Banco do Nordeste.
“A atual gestão, remanescente do governo Bolsonaro, segue na condução da instituição, nomeando pessoas, retirando função e impedindo a ascensão profissional sem critérios transparentes. Temos muitas pautas para tratar com o banco, mas a mesa de negociação está travada. O atual presidente, por exemplo, nunca nos recebeu. Então, neste momento, avaliamos que não é produtivo negociar com uma diretoria que não sabemos se permanecerá”, explica o dirigente do Sindicato e membro da Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste, Rubens Nadiel.
O procurador-geral da República Augusto Aras mudou seu parecer inicial e defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) a inconstitucionalidade de trechos da Lei das Estatais que vedam a participação de dirigentes partidários em cargos nas empresas estatais. É o caso de Paulo Câmara (sem partido), indicado pelo presidente Lula (PT) para comandar o Banco do Nordeste, mas que não teve o nome oficializado porque a Lei das Estatais veda nomeação de dirigentes de partidos. Até o início do ano, Paulo Câmara era o vice-presidente nacional do PSB, de onde se desfiliou com uma carta em 2023.
Na avaliação da entidade, as incertezas e morosidade para definir o futuro do Banco do Nordeste podem fragilizar a atuação do banco, pois geram um clima de apreensão entre os funcionários. “Não podemos deixar uma empresa tão estratégica para a região Nordeste e para o Brasil nesta insegurança institucional e política. Acreditamos que nesta nova fase deve ser prioridade o resgate do papel social dos bancos públicos, fim das metas abusivas e valorização dos funcionários e funcionárias”, aponta o suplente da secretaria de Bancos Públicos e funcionário do Banco do Nordeste, Fernando Batata.