
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu, no dia 24 de julho, com o Grupo Matricial da Diversidade, responsável pela implementação das ações para promoção da diversidade e igualdade de oportunidades dentro do BB.
A Representante do Nordeste na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) e secretária de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano, avalia como positivo os avanços na mesa de negociação.
“Nesta rodada de debate com o BB, diante do pioneirismo do banco em implementar métodos de igualdade entre bancários e bancárias, os temas sobre equidade, inclusão e diversidade também estão sendo colocados em discussão. Porém, precisamos que esta realidade chegue até a base e os gestores através de um sistema de comunicação forte. Este projeto, que significa mudança de cultura na tratativa com as minorias, precisa ser, de fato, implementado, entendido e praticado pelos gestores e funcionários”, destaca Sandra.
É reconhecido que, ao longo da sua trajetória, o Banco do Brasil foi pioneiro em alguns aspectos, como, por exemplo, a utilização do nome social para funcionários e funcionárias trans. O BB tem hoje, 42% de mulheres, 24,6% de negros e negras e 2% de PCDs, longe de representar o percentual da sociedade brasileira, que possui 51% de mulheres, 56% de negros e negras e 7% PCDs.
Outro fator alarmante, colocado nas mesas de negociação pelo movimento sindical, por diversas vezes, é a grande diferença salarial entre os funcionários, dependendo do gênero e da cor. A remuneração média das mulheres bancárias é 22% inferior a dos homens bancários. Enquanto a remuneração média das mulheres pretas bancárias é 40,6% inferior ao dos homens brancos (em outras palavras: 59% do que os homens bancários recebem), conforme análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2021.
Escutas realizadas pelo banco com diversos grupos, incluindo BB Black, PCDs, autistas, neuro divergentes, LGBTQIA+ e mulheres, revelou que todos apontaram a questão do encarreiramento como um problema comum. Ou seja, todos os grupos afirmaram que sofrem resistência para ascender dentro do banco.
Os representantes das federações na CEBB trouxeram no encontro diversos casos de funcionários e funcionárias altamente capacitados, mas que tiveram o processo de encarreiramento prejudicado, seja por falta de equipamentos adequados, como no caso das pessoas com deficiência, seja por misoginia, racismo, homofobia ou capacitismo, por parte de lideranças que reproduziram preconceitos nas relações de trabalho.
“Igualdade de oportunidades sempre foi um tema relevante colocado em mesa de negociação pelo movimento sindical bancário. É fundamental que essas ações do Banco do Brasil cheguem em todas as regiões do país, tanto nas capitais quanto no interior. Só assim vamos ter importantes resultados sobre este tema tão fundamental para sociedade”, comenta Sandra.
O banco afirmou que está em andamento um estudo para diagnóstico da diversidade no BB, paralelo a um trabalho para infundir melhores práticas de respeito e relacionamento, plano de comunicação integrado e criação de programas específicos, “considerando a transversalidade do tema”, ou seja, as dificuldades comuns aos grupos que reivindicam igualdade de oportunidades dentro da empresa. Além disso, estão sendo realizados encontros sobre o tema diversidade em unidades de todo o país, não só nas capitais, com o objetivo de capacitar as lideranças sobre o respeito às diferenças e como não reproduzir a violência do preconceito.
Entenda:
O Grupo Matricial da Diversidade, responsável dentro do banco pela implementação das ações para promoção da diversidade e igualdade de oportunidades, apresentou o plano de atividades sobre o tema.
Entre as ações que o banco apresentou, estão:
Escuta ativa dos grupos BB Black Power, PCDs, BB Azul, Autistas no BB, Neuro divergentes, LGBTQIA+, Liderança Feminina, Mulher na TI;
Estudo do diagnóstico da diversidade no BB e melhores práticas;
Plano de comunicação integrado;
E criação de programa específico.
O movimento sindical avaliou como positivo o resultado da mesa de negociação e exigiu celeridade na realização das ações.