O Sindicato dos Bancários de Pernambuco entregou à Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), nesta quarta-feira (19), o Dossiê “Assédio e Adoecimento dos(as) trabalhadores(as) do setor bancário em Pernambuco”. Na ocasião, estavam reunidos o presidente da Federação, Carlos Eduardo, os presidentes dos sindicatos do Nordeste filiados à Fetrafi-NE, entre eles Fabiano Moura, e membros da diretoria executiva.
Construído em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com coordenação do professor Maurício Sardá e do cientista político Marco Levay, e desenvolvido pelas pesquisadoras Ingrid Barbosa (PPGS/UFPE) e Mylena Galdino (PPGCS/UFRPE), o documento faz um alerta sobre a situação dos bancários em relação ao adoecimento, psíquico e físico, consequência da pressão e abuso de gestão sobre a categoria.
De acordo com o dossiê, “os resultados mostram que o trabalho bancário é organizado por relações socioprofissionais baseadas na violência e na sobrecarga. […] Tal contexto contribui de forma significativa para o surgimento de danos psicossociais. Entre esses possíveis danos estão os transtornos depressivos, a ansiedade e o estresse. A violência relacional e a sobrecarga, características do modelo de organização bancária no Brasil, estão diretamente relacionadas ao aparecimento de sintomas de adoecimento”.
O Dossiê, que também já foi entregue à Contraf-CUT e à Fenaban, será protocolado junto ao Ministério Público do Trabalho, Governo do Estado e demais órgãos. O presidente do Sindicato, Fabiano Moura, destaca o compromisso da entidade em lutar contra as práticas abusivas e o adoecimento da categoria bancária e anuncia que a entidade está articulando audiências públicas para dialogar sobre o tema com a população.
“O documento, que está muito bem fundamentado, traz detalhes sobre o sofrimento dos bancários diante dos abusos e pressão cometidos pela gestão dos bancos. Nós, que fazemos o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, nos deparamos diariamente com situações alarmantes e que precisam parar de acontecer. Levar ao conhecimento das autoridades este documento é um passo importantíssimo para combater esta prática dentro do setor financeiro”, comenta Fabiano.
