Ditadura Nunca Mais: bancários reafirmam defesa da Democracia

Em 1º de abril de 1964,
instaurou-se no Brasil um regime de exceção, com um período de autoritarismo
prolongado, caracterizado por censura, perseguições políticas, tortura
sistemática e assassinatos perpetrados pelo aparato repressivo estatal. Após 61
anos, o julgamento de militares e civis acusados de envolvimento numa nova
tentativa de golpe de Estado nos faz lembrar que a democracia plena só ocorrerá
com a garantia da memória, verdade, justiça e reparação.

No âmbito das relações do
trabalho, o golpe militar atacou o sindicalismo brasileiro, cerceando sua
autonomia e instrumentalizando-o. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi
um dos inúmeros atingidos por essa política de repressão, sofrendo intervenção
direta, com dirigentes destituídos, entre eles José Raimundo da Silva, Gilberto
Azevedo (Banco do Brasil) e outros, e substituídos por interventores alinhados
à lógica ditatorial. Tal ofensiva visava desmobilizar as reivindicações
trabalhistas e erradicar qualquer expressão de resistência classista, inserindo
o sindicalismo em uma engrenagem burocrática de controle estatal.

Esses interventores colocados no
sindicato pelos militares perpetuou na direção até 1989 (verificar) ou 1988*,
quando os bancários após muita luta, conseguiram sair vitoriosos numa eleição
histórica, democrat0069a luta e ação sindical aqui no estado de Pernambuco.

 Para Fabiano Moura, presidente do
Sindicato dos Bancários de Pernambuco, relembrar o passado é fundamental para
evitar que práticas autoritárias se reinstalem sob novas roupagens: “A
repressão aos sindicatos foi uma das estratégias da ditadura para minar a
resistência organizada dos trabalhadores. A luta sindical, entretanto,
sobreviveu, e sua reorganização na redemocratização foi um dos pilares para a
reconquista de direitos. Rememorar esse período não é um exercício meramente
histórico, mas um ato político de reafirmação da nossa autonomia e
combatividade.”

O Comitê Popular de Luta dos
Bancários, embasado nos documentos da Comissão Nacional da Verdade, reforça a
necessidade de enfrentar as narrativas revisionistas que buscam relativizar as
atrocidades perpetradas pelo regime militar.

“Além da supressão de
liberdades individuais e coletivas, a ditadura instituiu um projeto de
dominação baseado no terror pelas mãos do Estado. As evidências documentadas
pela Comissão da Verdade são irrefutáveis: houve assassinatos, desaparecimentos
forçados e torturas como práticas institucionais. A tentativa de reescrever
esse passado para amenizar sua brutalidade representa uma ameaça concreta à
construção de uma sociedade verdadeiramente democrática e comprometida com os
direitos humanos”, destaca Expedito Solaney.

O exercício da memória histórica
não se limita ao merecido tributo aos que resistiram, mas constitui um
compromisso permanente com a defesa dos princípios democráticos.

“Neste 1º de abril, o
Sindicato dos Bancários de Pernambuco reafirma sua posição intransigente na
defesa da liberdade, da justiça social e da organização sindical autônoma
contra qualquer resquício autoritário. Ditadura nunca mais! Sem anistia para golpistas
“, conclui Fabiano Moura.

Projeto Memória do Sindicato: ACESSE
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