Paralisação dos bancários arranca negociação com o Itaú nesta quinta

Os bancários do Itaú
realizaram nesta quarta-feira, dia 6, uma série de protestos e
paralisações de norte a sul do Brasil, num dia nacional de luta
contra as demissões que o banco vem promovendo em todo o país. Em
Pernambuco, o Sindicato paralisou pela manhã o prédio da
Administração Regional do Itaú, onde também funciona a agência
Parque Amorim, e a agência Entroncamento, no mesmo bairro. A pressão
dos bancários surtiu efeito imediato e a direção do Itaú agendou
uma negociação com o Sindicato e com a Contraf-CUT para esta
quinta-feira, dia 7, às 14h30, em São Paulo.

Para o diretor
do Sindicato, João Rufino, a força mostrada pelos bancários nos
protestos desta quarta foi fundamental para garantir a retomada das
negociações. “Do jeito que estava, só a mobilização dos
funcionários poderia fazer o Itaú se mexer e chamar o Sindicato
para conversar. Agora, vamos para a mesa de negociações exigir que
o banco pare imediatamente com as demissões”, afirma Rufino.

Segundo o dirigente, o clima nas agências e departamentos do
Itaú está péssimo. “Todo mundo está com medo de ser demitido.
Além disso, o quadro de funcionários está muito enxuto e os
bancários estão trabalhando sobrecarregados. Não é a toa que o
número de lesionados aumentou muito este ano, principalmente por
conta da falta de mão de obra e pelas péssimas condições de
trabalho, com pressão desmedida para o cumprimento de metas que são
abusivas e desumanas”, explica Rufino.

O sindicalista
destaca que o banco também não está cumprindo seu compromisso
assumido com os bancários. Na época da fusão com o Unibanco, a
empresa afirmou para o Sindicato que não haveria demissões. O
presidente do Itaú, Roberto Setúbal, chegou a declarar
publicamente, em 2008, que os empregos seriam mantidos.

Para
piorar a situação, a reportagem da revista Exame Finanças, na
edição do dia 15 de junho, comprova que o Itaú Unibanco iniciou um
duro programa de corte de custos e reorganização interna “para
atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam”. As
demissões estão ocorrendo em todos os setores do banco. Apenas nos
meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350
profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área
de crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de
cartões de crédito. Ainda segundo a revista Exame, comenta-se no
banco que mais bancários serão demitidos quando for fechado o
centro de processamento de dados do Unibanco, previsto para ocorrer
até o fim do ano.

Para o Sindicato, com lucro recorde de R$
3,53 bilhões no primeiro trimestre de 2011, as demissões são
injustificáveis. Em todo o Brasil, os sindicatos constataram que,
para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores estão sendo
sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e o
fantasma da terceirização. Os sindicatos estão recebendo denúncias
de que gerentes operacionais estão deixando suas funções para
assumir atendimento nos caixas.

A política do banco também
prejudica a clientela, que sofre com filas e ainda paga tarifas
elevadas. Por conta disso, o protesto dos bancários ganhou o apoio
dos clientes da agência Parque Amorim. Ouça as entrevistas com
clientes e funcionários abaixo, na Rádio dos Bancários.

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