Fenaban não apresenta proposta e negociação sobre remuneração continua nesta quinta

O Comando Nacional dos
Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) voltaram à mesa de
negociação nesta quarta-feira, dia 10, para debater as
reivindicações sobre remuneração da Campanha 2014. Repetindo o
padrão das três rodadas de negociação anteriores, os bancos
enrolaram mais uma vez e não apresentaram nenhuma proposta. A
reunião prossegue nesta quinta-feira, dia 11.

Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os representantes dos
bancos alegaram que, em breve, apresentarão uma proposta global para
as reivindicações dos bancários. “A Fenaban informou que ainda
está consultando os presidentes dos bancos para formular esta
proposta global. Devemos agendar novas rodadas de negociação na
reunião desta quinta, quando discutiremos os últimos pontos da
nossa pauta, incluindo a PLR. Já estamos negociando com os bancos há
um mês, está mais do que na hora de a Fenaban apresentar uma
contraproposta para nossas demandas”, afirma Jaqueline, que
representa Pernambuco no Comando Nacional dos Bancários. Além de
Jaqueline, o diretor do Sindicato, Alan Patrício, também acompanhou
a negociação desta quarta, em São Paulo.

Durante a
reunião, o Comando Nacional dos Bancários cobrou dos bancos que os
salários sejam valorizados com aumento real, uma vez que as empresas
têm condições de sobra para atender a reivindicação de 12,5% de
reajuste. “Destacamos para a Fenaban que só os seis maiores bancos
lucraram quase R$ 30 bilhões de janeiro a junho deste ano. Além
disso, apresentamos um levantamento do Dieese mostrando que 93,2% dos
acordos salariais assinados pelos trabalhadores no primeiro semestre
deste ano contemplaram reajustes acima da inflação”, detalha
Jaqueline.

Ouras reivindicações – O Comando
Nacional cobrou ainda a instituição do 14º salário, expectativa
que os bancários manifestaram nas consultas realizadas pelos
sindicatos. Os negociadores da Fenaban consideraram “muito
estranha” essa demanda, adiantando que os bancos não têm a
menor intenção de atender a reivindicação.

O Comando
defendeu com ênfase a reivindicação da criação de pisos de R$
5.064,73 para primeiro comissionado e de R$ 6.703,31 para primeiro
gerente. Os bancos não quiseram discutir o tema, alegando que se
trata de política de cada empresa. As reivindicações para os pisos
de escriturário e caixa já haviam sido discutidas na terceira
rodada de negociação, na semana passada.

Os representantes
dos bancários também cobraram respeito dos bancos à Convenção
100 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que determina a
igualdade de remuneração entre a mão-de-obra masculina e a
feminina em trabalho de valor igual. Os negociadores da Fenaban
negaram que haja diferença tanto entre funções como entre homens e
mulheres, ao contrário do que mostram os dados do próprio
Ministério do Trabalho.

Auxílios – Os bancários e
os bancos também debateram a reivindicação de R$ 724 (equivalente
ao salário mínimo) para os vales-alimentação, refeição,
cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
Os bancários também reivindicam a criação de um 13º vale-refeição. Os representantes da Fenaban disseram que ainda
estão discutindo a demanda com os bancos. Em relação ao
auxílio-educacional, argumentaram que cada banco tem a sua política
e não querem incluir a cláusula na Convenção Coletiva.

O
Comando também reivindicou o reajuste do vale-cultura para R$
112,50 e que ele seja estendido a todos os bancários, independentemente do salário. Os representantes dos bancos disseram que o tema voltará a
ser discutido nesta quinta-feira, dia 11, quando entra em pauta a
reivindicação de PLR equivalente a três salários mais parcela
adicional de R$ 6.247.

>> Confira como foram todas as rodadas de negociação realizadas até agora

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