O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta quinta-feira (3) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para ouvir especialistas sobre o quadro da pandemia e suas recomendações a respeito da continuidade do cumprimento de protocolos de segurança sanitária em decorrência da Covid-19. Foram debatidas também medidas a serem tomadas em decorrência dos efeitos e sequelas da doença sobre a categoria, já levando em conta os resultados da “Avaliação longitudinal do Impacto do SARS-CoV2 no sistema nervoso em bancários”, realizada pelas professoras doutoras Clarissa Yassuda e Márcia Bandini, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A Fenaban informou que os especialistas que seriam ouvidos preferiram aguardar a consolidação do quadro da pandemia após o período de Carnaval. Para tanto, pediram que uma nova reunião ocorresse daqui a 15 ou 20 dias.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, participou dos debates e ressalta o compromisso da entidade na luta pela saúde e condições dignas de trabalho para os bancários.
“Consideramos importante levar em conta a situação de cada local e, por isso, estamos acompanhando os casos de adoecimento e as condições de trabalho na Capital e Interior de Pernambuco. Sempre que é possível, tratamos diretamente com os gestores regionais, mas entendemos que um debate sobre a situação epidemiológica em nível nacional e os impactos na categoria também deve ser considerado, passando pela avaliação de especialistas”, comenta Fabiano Moura.
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destacou a luta dos movimentos para conseguir o mínimo de condições necessárias para o trabalho. “Já estamos há dois anos tratando do tema nesta mesa específica sobre a Covid-19. Com nossa negociação conseguimos que fossem tomadas diversas medidas para dar mais segurança e tranquilidade para a categoria e esperamos que os bancos continuem a cumprir os protocolos de segurança e levem em conta as sequelas da doença sobre os trabalhadores que foram infectados”.
Juvandia, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional, destaca que a categoria “valoriza muito o que foi conquistado nesta mesa e reconhece que as medidas tomadas contribuíram para que a categoria não fosse ainda mais afetada, mas não podemos deixar de lembrar que passamos por momentos muito difíceis, com perdas de diversos trabalhadores bancários, inclusive de três companheiros membros do Comando, para a Covid-19”.
Fim por decreto
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, mostrou preocupação com o descaso de autoridades e dos meios de comunicação com quadro atual da Covid-19 no país. “Parece que estão querendo acabar com a pandemia por decreto. Não vemos mais os meios de comunicação tratando a pandemia com a devida importância e alguns bancos estão descumprindo os protocolos tratados nesta mesa e passaram a se orientar por portarias que não levam em conta nossa preocupação com a saúde e a vida dos trabalhadores, não apenas com questões econômicas ou com o lucro”, observou.
Mauro também lembrou dos resultados da pesquisa realizada pela Contraf-CUT, que aponta que 44% dos trabalhadores estão com a capacidade de trabalho afetada e continuam trabalhando. “Não é hora de baixar a guarda!”, ressaltou o secretário de Saúde da Contraf-CUT.
O representante da Fenaban informou que os bancos assumem o compromisso de continuar trabalhando com prevenção e de estudar quais medidas serão tomadas devido às sequelas da doença. Mas, disse que seria enviada uma orientação aos bancos de que, a partir de hoje, não haveria mais a necessidade de fechamento das unidades para sanitização onde houvesse casos confirmados. No entanto, após as considerações feitas pelo Comando Nacional dos Bancários, mudaria a estratégia e indicaria que, a partir do dia 11, se o “efeito Carnaval” não reverter o atual quadro de queda nos casos de contágio e mortes, passando a um quadro adverso, não haverá a necessidade do fechamento da unidade para sanitização.
Uma nova reunião, para que os especialistas sejam ouvidos, será marcada ainda para este mês.