Atos
de mobilização da Campanha Nacional dos Bancários agitaram sete agências de
Boa Viagem nesta quarta-feira, dia 10. Os diretores do Sindicato falaram sobre as
principais dificuldades e reivindicações da categoria, e o esquete
teatral animou a ação, que contou com participação de vários
clientes.
Na
avenida Domingos Ferreira, o Sindicato visitou as agências do HSBC,
Santander e BNB. No Santander, flagrou uma irregularidade: a
exposição de um ranking de metas com os nomes dos funcionários. A
Convenção Coletiva dos Bancários proíbe essa prática, que
submete os funcionários a
constrangimento. A gerente responsável pela agência afirmou
que se tratava de um “estímulo”.
De
acordo com o secretário de bancos privados do Sindicato, Geraldo
Times, trata-se de uma prática injustificável e perversa do banco
para atingir metas abusivas. “Isso gera péssimas condições de
trabalho, que fazem mal à autoestima dos funcionários e naturalizam
uma concorrência individualista e doentia entre colegas”, afirma
Geraldo.
Na
avenida Conselheiro Aguiar, as mobilizações ocorreram nas agências
do Itaú, do Banco do Brasil, da Caixa e do Bradesco. A
secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva, destaca que
as mobilizações em Boa Viagem tiveram debates interessantes e forte
interação dos clientes.
Anabele
ressalta que um dos problemas enfrentados pelos clientes é a prática
do banco de encaminhá-los para o atendimento por correspondentes
bancários. “Quando falamos sobre isso nas agências, temos forte
resposta dos clientes, principalmente dos aposentados, que sofrem
muito com essa prática irregular”, afirma a diretora.
Outra
demanda dos clientes é a extensão do horário de funcionamento dos
bancos. “Hoje mesmo, um cliente me falou sobre a importância de
lutarmos por isso. Expliquei para ele que a extensão do horário de
atendimento dos bancos, de 9h às 17h, faz parte da nossa pauta, há
anos”, conta Anabele.
A
reivindicação dos trabalhadores é a criação de dois turnos, que garantiria melhores condições de trabalho para os
bancários e melhor atendimento aos clientes. “Mas essa pauta nunca
avança, pois os bancos teriam que contratar o dobro de
funcionários”, destaca a secretária de Comunicação.
No BB,
no horário de pico de atendimento, por voltas das 11h30, um
carro-forte estacionou em frente à agência, em cima da calçada.
Não havia vaga exclusiva para o veículo em local adequado, e os
vigilantes, fortemente armados, circulavam pela unidade, pondo em
risco a segurança de bancários e clientes. No Bradesco, todas as
cadeiras estavam ocupadas, e só havia dois caixas realizando
atendimento.
Com as
negociações da Campanha
Nacional transcorrendo sem
avanços, o secretário de
Formação do Sindicato, João Rufino, alerta
para um problema grave:
“muitos gerentes estão pressionando os bancários para que eles
atinjam as metas mensais antes do início de uma possível greve. São
metas que já são abusivas, mesmo considerando o período de um mês.
Isso gera uma sobrecarga de trabalho ainda maior”.
Qualquer denúncia pode ser
feita ao Sindicato pelo número 3316.4233.